quarta-feira, 23 de março de 2011


Talvez nem me queira bem,
porém faz um bem que ninguém me faz.


Chico Buarque in
'Ela faz cinema'

quarta-feira, 16 de março de 2011

Um leão bem feroz



Convivo com este leão dentro de mim há quase quatro anos. Desde o dia 6 de junho de 2007.
Mas eu não era tão calma diante dele. Ele era muito feroz, me devorava, todos os sentidos e vestígios de paz que eu ainda tinha.
Passei três anos tentando domá-lo.
Logo quando começamos com esse romance as avessas, eu escrevi estes versos:

Apenas beije-me
Deixe-me sentir o seu
Corpo limpo
E sua alma livre
O gosto de fumaça nos seus dedos

A sua respiração ofegante
E sua mente ocupada

Pensas tanto, meu bem
Pensa até no que não convém.
Quando voltava de nossos encontros, voltava tão desnorteada. Eu queria viver com ele, queria que ele fosse meu namorado, e por vezes até o considerei assim, mas logo via que não passava de uma ilusão, e que se eu não voltasse à realidade, eu iria me magoar muito. Porém, como toda boa pisciana, eu preferi me magoar e viver, a não viver.
É verdade que me machuquei demais. Vivia colocando mertiolate no meu coração para seguir com essa aventura.
Tive que ser a mulher maravilha e ter aquela força por dentro. E consegui!
Virei uma domadora de um leão só.
Há algum tempo as coisas haviam mudado entre nós, antes era muito tenso, apesar de delicioso, selvagem e inusitado. Era tenso porque esquecíamos que ambos também queriam um carinho.
Da penúltima vez que nos vimos, ele se abriu. Fiquei tão boba, que se me olhasse no espelho, tenho certeza que me veria como um tomate.
E hoje, ahhh hoje...
(Suspiros)
Sentamos embaixo de umas árvores, onde os passarinhos nos recebiam com uma sinfonia incessante e linda. Era doce olhá-lo ao som dos pássaros. Mesmo ele insistindo em falar besteiras, eu nem ouvi, apenas vi. Aqueles lindos olhos.
Depois... Ah, depois.
Tiramos um cochilo juntos e deitei minha cabeça em seu peito, ouvi seu coração bater forte. Que sensação de vida! Indescritível!
O leão feroz continua sendo feroz, mas obedece as regras e conseguiu um jeito de calar o seu sentimento, imenso!

quinta-feira, 10 de março de 2011


Essa Saudade que me embriaga, à noite.
No delírio da espera
Esse torpor
Que me fere noturno.


Nesse silêncio
Que dilacera o medo

Sei que não estou só
Que há mais alguém
Que em mim devora
O hálito do pranto

Esse silêncio
Não cabe na noite
Me desafia

No espelho: sua face
O seu mistério

Não calo esse abismo
Janela aberta que me espreita
A lucidez do amanhã.

:: Luísa Fernandes

Se eu tivesse mais alma pra dar, eu daria

Se eu tivesse mais alma pra dar, eu daria
Isso pra mim é viver!

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Vou usar uma frase do Ferreira Gullar, que me define: " A vida sopra dentro de mim pânica, como a chama de um maçarico, e pode subitamente cessar ".