domingo, 30 de maio de 2010


Sabes moço
Quando você não está
Na minha janela, a cantar
Fica um pedaço de saudade
Para guardar
.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

...


Quando desceu rua a baixo
O meu ser desceu também
Que nem esgoto a céu aberto
E a minha alma também estava podre
O cheiro de flor morta
Exalava no ar
Estava sofrendo, ardendo
Era um miserável apaixonado
Doente.
Não conseguia sequer fumar
Viciado como sou
Temia que o cigarro tivesse o gosto dela
O seu sorriso gritava dentro de mim
Chorei feito criança
Queria colo, consolo, socorro!
Queria...
Nada poderia trazê-la de volta
Eu a tinha mandado embora
Antes que ela me tirasse o resto de vida
Que eu sonhava em viver.

sábado, 22 de maio de 2010

...



CULTIVO O QUE SINTO
NADA FOI NEM SERÁ EM VÃO
DIGO, PROPONHO, NÃO MINTO
AINDA ESCULPO TEU CORPO COM A MÃO"
NÃO SOMOS MAIS IMPRESCINDÍVEIS
PERDEMOS O ENCANTO DO INÍCIO DA ESTRADA
AINDA NOS AMAMOS, APESAR DE NÃO CONVERSARMOS
NOSSO RELACIONAMENTO NOSSO PRIMEIRO CAMINHO
HOJE NOS ENGENDRAMOS EM ESTRADAS SINUOSAS E ANTAGÔNICAS
DEPARAMOS-NOS ÀS VEZES
E A PODRIDÃO DOS NOSSOS DIAS CASTRAM-NOS O SORRISO
VIRAMOS A CARA, VIRAMOS A PÁGINA
E PARTIMOS PRUM NOVO CASO DE AMOR
ÁVIDOS, DOCES, ABERTOS E IMPUNES
COM UMA BOA BAGAGEM E CHEIOS DE AMOR
CONSTATO QUE FOMOS VÁLIDOS
E NUM CANTO DE NOSSA ALMA CULTIVAMOS O RETROCESSO

domingo, 9 de maio de 2010

Carta ao adeus



Vivo me perguntando por que cargas d água eu gastei tanto tempo e energia com você e essa não é a pior parte pior, eu gastei sentimento, leia-se s e n t i R.
Mas precisamente 700 dias de pensamento, sentimento, gasto com ligações, mensagens, e-mails, caminhadas até a sua casa. Sim! Porque você nunca se dignificou a ir ao meu encontro. Não! Não estou sendo justa. Houve algumas vezes quem que você veio ao me encontro.
Tínhamos uma espécie de relacionamento aberto. Você chamava de caso, amizade, tesão. Mas eu sou mulher, preferia denominar de relação por mais louca que fosse.
Conversávamos muito, aliás, você falava sem parar, dava a impressão que eu era a única pessoa no mundo que lhe ouvia. Talvez fosse mesmo.
O sexo era ardente, selvagem, verbal também. Você falava que eu ia ser sua para sempre e outras besteiras que não vale a pena repetir.

Tantas tardes, onde eu olhava para o céu e via a tarde cair, não só sobre os meus olhos, mas dentro de mim.
Tudo estava desabando.
Comecei a te cobrar carinho, atenção, sobretudo amizade. Você não respondia aos meus pedidos. Não respondia os e-mails, mensagens e não era sempre que atendia minhas ligações.
Estava mais frio que de costume. Mas ainda assim nos encontramos algumas vezes e foi um tanto mecânico: beijo,tira roupa, sexo, beijo e tchau.
Aquilo estava me matando.
Cadê o carinho? O abraço? O saber como o outro estava...
Resolvi então me afastar.
Porém, eu estava experimentando aquela sensação que os dependentes químicos sentem, o vício, a abstinência. Estava dependente de você.
Senti falta física e emocional. Chorei, vomitei, tive insônia, febre, tristeza.
Pensei que meu coração ia ser sempre um quarto escuro.

Ufa! Eu passei dessa para uma MUITO melhor!
Aprendi tanto, mas não te agradeço, eu aprendi comigo mesma. Acreditei em mim e fui minha melhor amiga.
Você? O que é você? Quem é você?
Bom, descubra sozinho.
Um mês atrás, eu lhe vi, você mal me cumprimentou e não doeu, eu apensa pensei: Como é triste ser você.

E não há mágoas.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O adeus



Na estrada éramos dois estranhos
Buscávamos apenas uma xícara de café
Naquele vagão que dava para a janela

Entre olhares e histórias compartilhadas
Embarcamos na roda gigante

Seus olhos beijavam os meus
Já estávamos a nos dizer adeus

Eu sentia a tarde fria sobre o meu coração
Tinha a cruel certeza de que somos
Pedaços de lembranças na vida das pessoas

Estávamos, eu e você
Você, sul
Eu, norte

Sem promessas
Sem qualquer resquício de certeza
Após o amanhecer.

Se eu tivesse mais alma pra dar, eu daria

Se eu tivesse mais alma pra dar, eu daria
Isso pra mim é viver!

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Vou usar uma frase do Ferreira Gullar, que me define: " A vida sopra dentro de mim pânica, como a chama de um maçarico, e pode subitamente cessar ".